Um Estranho na Cozinha!

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segunda-feira, 30 de julho de 2007

Dá, dá! Au, Auuu!

Todo mundo sabe que o cachorro é o melhor amigo do homem.
Todo mundo sabe também, que até determinada idade, as crianças não mentem (passou no fantástico do último domingo algo que talvez contrarie esta afirmação).

Tovão está conosco há 12 anos. É um cachorro relativamente velho. Mas é uma criançona! É um brincalhão. Sempre que dá, a gente faz uma gracinha pra ele. Dando algo do nosso prato. Provavelmente porque aquelas bolinhas da Pedigree são uma merda mesmo. Nas primeiras semanas dele aqui em casa, lembro que ele não conseguia ficar em cima de uma bola de basquete levemente alterada (ela tinha uns 30cm mais ou menos quando nova, nesta época, ela tinha uns 15cm) e hoje ele põe esta mesma bola na boca e sai feliz com o cotoco de rabo dele balançando (é, ele não tem o rabo... nasceu assim). Pois, nessas primeiras semanas ele meteu a língua no meu refrigerante, lambeu uma garrafa de remédio para gripe e roubou um chocolate da minha mão. Acho que isso o fez ser um viciado em doce.


Minha sobrinha Maria Luiza (Lulu) tem 1 ano e uns meses. Pra idade dela, ela possui um vocabulário muito vasto que incluí: ô_Ô e ó_Ó (vovô e vovó), titio, Iel (Daniel), solta-solta, puá (pula), mamãe e papai... Antigamente ela comia de tudo, mas hoje o paladas dela está muito selecionado. Papinha? Eca! Gagau? Eca! Bananinha amassadinha?! Eca! Lulu só come o rango dos pais, tios, avós... Tem feijão, frango, carne, arroz e uma farofinha do titio? "Dá... Meu!"... Tá pensando o quê?


Dia desses inventei de fazer uma torta gelada americana que vi na net. Estava muito empolgado porque semanas antes, Thais e eu havíamos feito a Torta de Limão (hmmm)... E me empolguei pra fazer essa porque a massa que seria a forma onde ficaria a torta em si, era igualzinha... O recheio que era de chocolate só. Fui pra cozinha com o material na mão.Fiz a massa. Levei ao forno. Esperei o tempo para assar e... Que diabo é isso?! Ficou mole. Cheirando a manteiga... Num tá muito bom não... Vou refazer pra ver qual é.Lá vai: 2 xícaras de Farinha de trigo, Duas colheres de manteiga, Açúcar, Leite e pronto. Mistura tudo com a mão. Forra o fundo da forma e pau pro forno. Cheira que nem o da padaria. Peço o favor a minha mãe pra desligar enquanto faço o recheio.Leite condensado, Leite, Chocolate em pó, Meia xícara de água e Um pacotinho de gelatina sem sabor. Mistura tudo no liquidificador. E espera a massa assar.
Droga! A massa ficou uma droga de novo... Mainha manda esperar a massa esfriar. Mas eu já tava tão chateado que resolvi analizar a testura do recheio após levá-lo à geladeira: Outra droga. Quer saber de uma? Vou jogar fora! "Não jogue não menino!", grita mainha de lá. Ela olha o recheio, acha muito doce. Espera um pouquinho. Põe um pouco do recheio na massa, prova e faz uma cara de "será que vai chover?" e diz: Tá gostoso. Tá bom... Acredito! ¬¬
Minha sobrinha, tava lá em casa esse dia. Ela viu mainha comendo e resolveu provar. Pense que se eu quisesse fazer um lache para crianças até 2 anos, eu faria o maior sucesso. Lulu adorou aquela porcaria. Aquela porcaria chamada de massa... Porque a esta hora eu já havia jogado o recheio todo num saco e depois no lixo. E eu só ouvia: Dá! Dááááááá! E mainha se acabava de rir...Tovão chegou mais tarde. Farejou alguma coisa ruim no ar e correu pra cozinha! Zip! Latiu... Latiu... Latiu... Quando fui ver, ele tava de olho na droga da massa. Pense aí: Dois coelhos com uma cajadada só! Como lanche para crianças já fez sucesso, imagina com os cães e gatos? Ficaria rico!


Desisti da idéia da torta gelada de chocolate.


Criança é ou não é sincera?
E os cachorros? São ou não os melhores amigos dos cozinhei... do homem?




PS: Era pra ficar assim:






Mas não chegou nem perto :(

segunda-feira, 16 de julho de 2007

Bolos & Tortas (hmmmm)

Ahhh! O amor.
Se um dia eu disser que essa história de cozinhar só foi por força de vontade e pra ter um diferencial em relação a muitos homens por aí, eu não vou estar mentindo. Mas (ahá!), existe uma pessoa que me incentivou muito: Thais, minha namorada (parceira, irmã, mãe, cúmplice, assistente de cozinha, degustadora oficial... enfim, minha vidona!).
Senta que lá vem a história.

Dia desses estavamos com fome e resolvemos (na verdade ela resolveu) fazer um bolo de caixa (mistura pronta, tá ligado? Ovo, leite, margarina e a mistura e voí là). Decidi acompanhá-la à cozinha. E eu lembro que ela me deu a colher-de-pau e falou pra eu ficar lá, mechendo até tudo ficar lisinho. Foi a única coisa que fiz. O bolo ficou uma delícia. E ela, a namorada mais mãe do mundo (porque mãe é aquela que elogia o filho pra lá e prá cá, seja feio, seja bonito, seja o bolo uma droga, seja o bolo bom), ficou se (me) gabando que eu fiz um bolo de caixa muito bão! Mas convenhamos, bolo de caixa, qualquer um faz... Né não? Pois é, segundo meu amor, não! Ela diz que tem pessoas que conseguem fazer o ato insano de solar esse bolo (não vou contar quem).
Comprei várias caixas depois pra fazer em casa. A primeira vez que fiz lá em casa foi meio desastre. Meio porque o bolo estava uma delíca. A outra metade... Bem, foi a cobertura. Dei uma de "zezinho", pois na própria embalagem do bolo tinha uma receita de cobertura. Utilizava uma barra de 200g de chocolate meio amargo, açúcar e água. Mas não veio especificando como era exatamente para ser feita. Depois de ouvir dizer que a cobertura estava queimada, que me disseram que tinha que ser em banho-maria... ai ai.
Bom, depois disso foi um festival de bolos. Teve de tudo:
Laranja: Esse eu fiz sozinho.. Não tive ajuda de caixa nenhuma, nem mistura. Peguei a receita na net e fiz tudo! Ficou bom. Só não tinha gosto de laranja... Acontece, né?
Côco (o acento é muito importante): Esse foi o bambambam lá em casa... Nem comi direito. Se não me engano, eu não tava com vontade de fazer mas estava curioso pra sentir o gosto. Comprei leite condensado e côco ralado. Ficou uma delícia. Provei um pedacinho e fui pra faculdade. Quando voltei fiquei só na vontade... Snif...
Torta Gelada de Limão: Pois bem, dia desses pensei em fazer uma torta gelada de limão pra ela. Comprei todos os ingredientes e fiquei me dando prazos pra fazer. E o tempo passava e nada d'eu fazer a torta. Até que um belo dia Thais me pediu pra levar as coisas pra casa dela.
Fizemos tudo como na receita: farinha de trigo, mateiga e ovos pra massa. Leite condensado, gelatina sem sabor, suco de limão (não lembro agora se colocamos creme de leite, acho que sim) para o recheio. Batemos as claras em neve e raspas de limão para a cobertura. Sem comentários... Ficou igualzinha (senão melhor) que a de uma das lanchonetes do iguatemi... hmmm! Senti o gosto agora. :) Todo mundo adorou. Thais até inventou uma derivação dessa que foi a de Maracujá.
Torta de Côco e Chocolate: Pense num dia corrido... Efetuar pagamento da faculdade, comprar o que faltava para a receita, comprar o presente dela... Sim, era o aniversário de meu amor! E deixei tudo pra última hora. Na verdade eu não ia nem comprar presente porque a torta seria o tal, mas ela merece muito mais e tive que correr! E muito!
Algumas semanas antes, eu havia aprendido a fazer brigadeiro. Pô... Quando eu comia aquilo, achava que dava mó trabalheira pra fazer... Pensava até, que era por isso que mainha (mamãe > mãe > mãezinha > mainha... Simples assim) não fazia mais... Bahhh! Tão besta que fiz umas três vezes durante essa semana. Com granulado e tudo, viu?
Cheguei em casa umas 14h. Tomei banho e corri pra mesa da cozinha. E fiz o de côco primeiro. Só que o bolo geralmente leva 50 minutos para assar e eu teria que fazer tudo muito rápido com uma forma só. Mas minha tia (aquela da farofa) possui duas assadeiras iguaizinhas... Foi minha salvação. Fiz o de chocolate e coloquei no forno junto ao de côco... Assaram.
Mas peraí!!! Porquê tá tão fininho e seco nas pontas? 15h50 (mais ou menos) e eu tinha que sair 16h30 pra encontrar com ela no trabalho e depois direto pra casa dela. E agora? Pelo menos o meio tava fofinho... Pronto. A primeira faz Tchan! A segunda faz Tchum! E tcham, tcham, tchaam! Cortei os bolos em 2 pedaços, cada. E a bandeja, rapaz? Peguei duas na minha casa, mas nenhuma prestou. Vi a que fica na mesa da cozinha da minha tia e foi essa mesmo! 16h. Comecei a fazer o recheio que fica entre os bolos. Leite condensado, margarina (manteiga) e côco ralado. Fiz o brigadeiro (que não ficou tão sólido assim. Ficava escorrendo pelos lados..) e montei a obra de arte. E tome-lhe chocolate granulado no bixo... Cobri com papel laminado e corri pro banho.
E eu pensando como aquela torta parecia estar horrível. Tudo feito às pressas... Não ia prestar.
Na hora do aniversário me surpreendi. Tava uma delícia! Parecia que havia sido feito por outra pessoa e substituído na hora "H". Todos adoraram na casa dela...
Tenho certeza de que essa coisa de cozinhar requer talento. Mas né por nada não, a pessoa tem que se arriscar primeiro (como em qualquer outra coisa na vida). É a única maneira de se ter certeza, de provar pra si que você é capaz de fazer.
Ah! E se não der certo, tente outra vez!

quarta-feira, 11 de julho de 2007

Pipoca & Farofa

Cara, escrever é ótimo. E escrever sobre suas experiências é melhor ainda...
Nunca tive curiosidade alguma sobre a arte de cozinhar, mas lembro que minha infância foi repleta de lanches e guloseimas que minha mãe e minha tia faziam. Era muito bom! E quase todo dia era um quitute diferente: Brigadeiro, Pãozinho, Cavaco (hmmm), Bolos, Mousse, Sorvetes, Cachorro-Quente, Salgadinhos, Pizza... Era tanta coisa. Mas depois de um tempo, esses lanches começaram a ser feitos com um intervalo bastante grande. Até que viraram raridades. Só bolo mesmo que nunca faltava.
Nem pipoca, bixo... Aí, num belo dia eu perguntei a minha mãe como é que fazia aquela coisa. Ela explicou. Eu fiz. Ficou tão boa (melhor, segundo mainha) quanto à dela.
Virei um expert em pipocas: Doce, Salgada... Só faltava o carrinho para eu poder ficar no Campo Grande vendendo. Mas teve uma hora que encheu. Eu fazia e não comia... Depois daí, nunca mais vi o fogão.
Até um dia, recentemente (tipo, uns 4 ou 5 anos atrás), minha mãe decidiu que ninguém comeria mais farofa (conheces aquele provérbio muito escutado em construções: "Se farinha fosse bala, baiano era metralhadora). Putz! Pirei... Adorava farofa, mas vamos lá, aquilo faz um mal danado pra saúde e bibibi-bábábá, mas é muito bão! Resolvi aprender a arte de fazer farofa.
E não é que deu certo? Porém minha farofa era muito pobre: Manteiga derretida e farinha. Puf! Só isso. Minha tia resolveu me ajudar a dar um gostinho à parada.
"- Marcos, pegue a metade de uma cebola e pique tudinho. Agora pegue um dente de alho e faça a mesma coisa. Pegue o machucador e deixe virar uma papa. Pronto. Agora faça sua farofa".

Ficou totalmente excelente!

Eu nunca havia comido farofa igual à minha. E desde esse dia, venho inventando arte na cozinha.
Esse blog em si, será para relatar algumas outras histórias sobre minhas aventuras na cozinha. Uma das minhas novas paixões... Espero incentivar mais pessoas a se arriscarem. Porque se eu consigo, porquê você também não tenta?